domingo, 22 de abril de 2012

1900 a 1914 (La Belle Èpoque) e estilistas - parte |


  As feições da moda ocorrem a partir de grandes mudanças que aconteceram no mundo e é preciso entender o que marcou cada década antes de fazer a descrição do vestuário.
Nessa viagem ate o século XX, tomaremos por tema a democratização da moda, a simplificação das roupas, a libertação feminina e seusefeitos produtivos na moda, da estrutura e composição da alta costura e do prêt- a – porter, da difusão da moda  por  intervenção da comunicação.

1900 a 1914 (La Belle Èpoque)

A belle époque ( A bela Època), surgiu na França no período de 1900 a 1940 e suas principaiscaracterísticas foram:
- Influência do ArtNoveau, das formas curvilíneas;
- Cinturas extremamente afuniladas, a famosa “Ampulheta”;
- Golas altas e decotes fechados;
- Saias sem anquinhas, porém volumosas, muito ajustadas e em formato de sino;
- Chápeus com flores sobre coques;
- Botas de cano curto;
- Prática de esportes, principalmente o Hipismo e o Tênis;
- Banhos de mar com malhas de lã, meias, sapatos e capa.
- Alta-Costura em evidência com novos nomes, tais como Paul Poiret (1879-1919), Mariano Fortuny (1879- 1919), Jaques Ducet ( 1853-1929), Jeanne Lavin (1887- 1946), Jeanne Paquin (1869- 1936), Edward Molyneuse ( 1871-1949) e Jean Patou (1880-1936).

  No Brasil, a Belle Époque costuma ser situada por vários autores entre 1889, com a proclamação da República, e 1922, ano da realização da Semana da Arte Moderna em São Paulo. O que poucos sabem é que a expressão Belle Époque só surgiu depois da I Guerra Mundial para designar um período considerado de expansão e progresso, principalmente em nível intelectual e artístico. Nesta época, surgiram inovações tecnológicas como o telefone, o telégrafo sem fio, o cinema, o automóvel e o avião, que originaram novos modos de vida e de pensamento, com repercussões práticas no cotidiano. 


Cartaz publicitário da Coca-cola ainda no século XIX


A Moda e os Hábitos

Passou-se a se valorizar muito as curvas do corpo feminino e nunca a cintura fora tão afunilada. O ideal feminino era ter 40 cm de cintura e, para isso, as mulheres recorriam a cirurgias por meio das quais pudessem tirar as costelas flutuantes e deformar mais ainda seus corpos com o uso do espartilho. E depois dizem que o culto do corpo muito magro começou nos anos 1960. Vã ilusão. As mulheres já passam por “torturas” para atingir um ideal de beleza há muito tempo. E esse ideal varia de acordo com o “todo” vigente no momento, artes em geral, o momento econômico, social, o contexto histórico. Durante esse período, o corpo feminino também passou a ser muito coberto por tecidos. Todas as partes do corpo ficavam ocultas exceto as mãos e as faces, isso quando não fossem usadas luvas. Usavam-se golas altas cobrindo o pescoço, saias em forma de sino com as quais as mulheres não conseguiam andar se não dessem pequenos passos, botas para evitar o indecoroso aparecimento de suas canelas e adornos de chapéus como, por exemplo, flores enfeitando coques.

As mulheres ainda totalmente cobertas. Não se permitia deixar nada à mostra.


Mais para o final da Belle Époque, o embrião do que hoje conhecemos como tailleur, mas ainda com o uso dos belos e charmosos chapéus. Uma pena que hoje em dia não se usem mais chapéus.

Outra novidade foi a masculinização do visual feminino para que as mulheres pudessem andar de bicicleta ou a cavalo mais confortavelmente, usando um traje mais esportivo. Surgiu assim, uma espécie de saia-calção bufante e, mais tarde, com a incorporação dessas roupas ao dia-a-dia, o tailleur, que nada mais é senão o terninho feminino. Começou-se a tomar banho de mar como forma de lazer, o que antes tinha apenas funções terapêuticas. Mas a roupa que usavam era muito diferente das que conhecemos hoje, e muito interessante também, era feita de malha (normalmente em fios de lã) e cobria o tronco indo até os joelhos. Sem contar que entrava-se no mar de meias e de sapatos.


A Belle Époque é um estado de espírito, bem retratado nesta foto. As pessoas livres, sorridentes, flanando pelas ruas de Paris.

Estilitas e influências atuais



Jaques Ducet (1853-1929)

Tecidos leves, vaporosos e translúcidos;
Tons de flores esmaecidos.

Influência atual:
                                   
Maria Filó, verão (2012)

D&G verão 2010



Jeanne Lanvin(1887-1946)


Cintura baixa, folgada e saias compridas
Influência atual:




                  
    Burberry, inverno 2012


Influência atual:linha de roupas infantis.

Isabela Capeto para C&A


Jeanne Paquin (1869-1936)

Tailleurs com peles arrematando golas, punhos as vezes a barra


Influência atual:


Pedro Lourenzo, Céline e McQueen, inverno 2011









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